quarta-feira, 22 de junho de 2011

Projeto de Educação Física

Professor Guilherme Locks Guimarães
Parece-nos que as diversas formas da sala de aula da Educação Física (EF) e as técnicas empregadas para criá-la geram no imaginário da comunidade escolar, que esta disciplina tem o papel de recrear ou preparar os alunos para o rendimento esportivo. Ações que, para alguns, não deveriam fazer parte do currículo da escola, lugar de adquirir conhecimentos úteis para a vida economicamente ativa. Este sentimento, muitas vezes, faz que não percebam outros valores difundidos pelo professor de EF, por exemplo: espírito de equipe e o controle da nossa agressividade.
         Os professores da Escola Municipal Gal. João Mendonça Lima incomodados por esse sentimento, resolveram mostrar aos membros da comunidade aspectos menos conhecidos dos saberes contidos na formação do professor de EF para ampliar o valor desta matéria no currículo da escola. Por isto, escolhemos desenvolver um conteúdo que envolvesse a questão da saúde física dos alunos, tendo como foco a questão da postura corporal.
        Assim, procuramos o Laboratório de Biomecânica e Comportamento Motor (LABICOM) da UERJ para nos aconselharmos a respeito de como poderíamos alcançar o nosso intuito. O professor responsável[1] nos indicou um protocolo que possibilita a identificação da escoliose, que é um desvio da coluna vertebral no plano frontal e nos cedeu duas alunas de seu projeto de extensão para auxiliar na coleta e análise dos dados. O equipamento necessário consiste em um laptop, que, todo professor recebeu da SME, uma máquina fotográfica digital, uma placa de Moiré[2], emprestada pelo laboratório e um software desenvolvido pelo LABICOM.
        Reunimos os responsáveis, solicitamos permissão por escrito para fazer a fotografia dos alunos. A equipe do LABICOM confeccionou uma ficha de anamnese do aluno para saber qual o membro dominante, hábito de transporte do material escolar e dados antropométricos. No auditório da escola montamos uma tenda escura, já que a placa de Moiré necessita de um foco de luz sobre ela para realçar seus desenhos, e para iluminá-la empregamos um projetor de slides. O aluno (a) se coloca com o dorso nu para a placa e tem a sua imagem capturada por uma câmara fotográfica digital.
       Ao término da coleta dos dados iniciamos a devolução para os alunos dos seus exames e uma recomendação para que procurem médicos especializados para os casos nos quais foram prognosticados problemas posturais.
      Pensamos que a compra do material necessário para a realização destes exames, de modo que a SME possa disponibilizá-lo para as UEs, seja economicamente viável. Enfatizamos, porém, ser necessário à realização de curso para a atualização dos professores, a fim de que aprendam a utilizar esta técnica. Isto teria um amplo alcance social, já que permitiria o prognóstico de problemas posturais na escola, diminuindo o número de usuários da rede pública estatal de saúde.




[1] Agradecemos ao Prof.  Dr. Luiz Alberto Batista e as alunas Luana de Carvalho S. Coutinho e Tainá de Sousa Oliveira do IEFD da UERJ pela colaboração e os ensinamentos que tornaram possível o nosso trabalho.
[2] A placa de Moire é um dispositivo que produz deformidades circulares na fotografia. Essas deformidades são analisadas pelo programa inserido previamente no computador que dá o retorno apontando a existência ou não da escoliose.

Figura 1:Tenda no auditório da escola

Figura2: Interior da tenda, projetor de slide e placa Moirè
Figura3: Fotografia da coluna do aluno através da placa Moirè




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